Governo pede aos pais que restrinjam alimentos comprados em lojas

Os pais não devem depender de papinhas compradas em lojas para as refeições diárias, afirma uma nova orientação do governo.

É a primeira vez que o site do NHS publica conselhos sobre alimentos comerciais para bebês e segue uma investigação da BBC Panorama que descobriu que os sachês de alimentos para bebês de seis grandes marcas do Reino Unido não atendiam às suas principais necessidades nutricionais.

Ativistas, críticos da maneira como as empresas comercializam seus produtos como opções saudáveis, receberam bem as mudanças.

Algumas das principais embalagens de alimentos para bebês trazem rótulos como "perfeitamente equilibrado para bebês em crescimento" ou "repleto de benefícios".

O site NHS Start For Life , administrado pelo Departamento de Saúde e Assistência Social, agora também aconselha os pais a verificarem os rótulos dos alimentos e escolherem produtos com a menor quantidade de açúcar, além de não deixarem bebês ou crianças sugarem diretamente dos sachês de comida, o que pode aumentar o risco de cáries.

E também diz que não se deve dar lanches para crianças menores de um ano. Lanchinhos de comida para bebês — como bolinhas e palitos — têm crescido em popularidade nos últimos anos.

A especialista em desmame de bebês e autora Charlotte Stirling-Reed disse à BBC que "já era hora de abordar isso... porque sachês de alimentos e papinhas comerciais são muito usados ​​pelos pais. Era uma lacuna real nas orientações do NHS até agora".

A Dra. Vicky Sibson, diretora da instituição de caridade First Steps Nutrition Trust, que faz campanhas por melhorias em alimentos comprados em lojas para bebês, disse à BBC que, sem orientações claras, pode ser "confuso para os pais" quando eles veem produtos comprados em lojas comercializados como sendo "tão bons" quanto alimentos caseiros.

Em abril, a BBC Panorama analisou as embalagens de papinhas de seis empresas líderes. Os produtos se tornaram um item essencial para muitas famílias com bebês e crianças de até dois ou três anos. São práticos e têm longa validade.

Mas especialistas acreditam que os produtos devem ser usados ​​com moderação, não substituem refeições caseiras e podem causar problemas de saúde às crianças se usados ​​como principal fonte de nutrição.

Quando isso foi questionado sobre algumas das principais marcas, a líder de mercado Ella's Kitchen disse à BBC que concordava com todos os três pontos.

As outras marcas abordadas na investigação — Heinz, Piccolo, Little Freddie, Aldi e Lidl — disseram que seus produtos eram destinados a complementar a dieta variada de desmame da criança.

O site NHS Start For Life agora também afirma que os pais devem esperar até que o bebê tenha cerca de seis meses de idade antes de alimentá-lo com alimentos sólidos, mesmo que os rótulos digam que os produtos são adequados a partir dos quatro meses.

Atualmente, entre as marcas investigadas pelo Panorama, as empresas Piccolo, Ella's Kitchen e Aldi promovem suas bolsas à base de frutas para bebês a partir dos quatro meses, apesar do NHS e da Organização Mundial da Saúde afirmarem que bebês não devem receber alimentos sólidos até os seis meses de idade.

Desde que a Panorama iniciou sua investigação, todas as três empresas disseram que estão renomeando seus produtos como adequados a partir de seis meses.

O Dr. Sibson acredita que o governo deveria agora tentar introduzir regulamentações obrigatórias mais fortes para empresas que produzem alimentos comerciais para bebês, a fim de melhorar a adequação dos produtos para crianças pequenas e regular como eles são comercializados para os pais.

O Departamento de Saúde e Assistência Social disse à BBC que "as leis atuais já estabelecem padrões rígidos para alimentos para bebês e apoiamos ações contra quaisquer produtos que não os atendam".

O Consórcio Britânico de Varejo afirma que as empresas "tomam muito cuidado para otimizar a composição nutricional desses produtos. Todos os produtos são claramente rotulados para que os pais possam tomar decisões informadas ao alimentar seus bebês".