Sexologia. Relacionamentos Abertos: Os Segredos para Fazer Funcionar

O relacionamento aberto é uma tendência? Essa forma de viver o relacionamento entra em conflito com noções frequentemente arraigadas como fidelidade e monogamia. Se você se sentir tentado pela experiência, lembre-se de que ela exige uma comunicação otimizada entre os parceiros. Conselhos.
O que é? "O termo relacionamento aberto baseia-se na noção de não exclusividade, com permissão para buscar relacionamentos fora do casal. Sejam eles puramente físicos ou mais envolventes em um nível emocional, espiritual, relacional, etc.", explica Emma Puech-Hélin, sexóloga e farmacêutica.
Mas, na prática, "a definição cabe principalmente a cada casal, de acordo com o que se permite fazer ou não".
Motivações variadasAos olhos da especialista, o fenômeno sempre existiu, "mas notamos que a palavra tende a se democratizar tanto que pode desencadear reflexões em pessoas que quebram um pouco o tabu da monogamia". Segundo a sexóloga, as motivações podem ser "variáveis". Entre elas:
- casais que gostariam de explorar mais sua sexualidade;
- aqueles que passaram por diferentes eventos ou outros conflitos, levados a questionar outras formas de relacionamento “que lhes parecem mais gratificantes”;
- questões de discrepâncias em desejos, vontades ou práticas sexuais;
- o desejo de não encontrar tudo no relacionamento. "Trata-se de se permitir buscar outros pilares relacionais em outros lugares. Isso tem o efeito bastante positivo de aliviar a pressão e não concentrar tudo em uma única pessoa, em um único relacionamento", descreve Emma Puech-Hélin.
Ainda é necessário estar em perfeita sintonia com o casal, mas também consigo mesmo... Aliás, "o relacionamento aberto não deve ser um compromisso", enfatiza. Seja para agradar o outro, seja pelo medo de perdê-lo ou de parecer antiquado!
E ela insiste: "Um relacionamento aberto deve ser totalmente desejado e despertar o entusiasmo de ambos os parceiros. Se houver dissonância, não funciona. É até fonte de sofrimento", continua Emma Puech-Hélin, que enfatiza a importância de "um bom contrato inicial".
Para a especialista, o processo começa com algumas perguntas: "Por que isso me toca? O que me atrai na ideia de explorar um relacionamento aberto? Que medos eu posso sentir?"... Em seguida, ela recomenda conversar sobre isso com seu parceiro "para tentar identificar se ele está na mesma onda de exploração. De qualquer forma, um dos pilares de um relacionamento aberto é uma excelente comunicação com grande transparência."
Em seguida, chega a hora do famoso "contrato" em si, que exige o máximo de perguntas possível sobre os desejos e os limites a serem estabelecidos. Por exemplo, a sexóloga ilustra: "Em que círculo o relacionamento deve se situar? No do casal? Além dele? Encontros no trabalho são permitidos? E aqueles de uma noite ou de uma noite." Além disso, "temos o direito de dormir com um parceiro?" Sem deixar de abordar o tema da proteção contra infecções sexualmente transmissíveis ( ISTs )...
O casal como totemEmma Puech-Hélin recomenda conversas bastante regulares, apenas para garantir que ambos os parceiros continuem apoiando o processo. "Não hesitem em compartilhar quaisquer dúvidas ou preocupações que possam ter", acrescenta, antes de dar um último conselho: "Lembrem-se dos rituais que compõem o casal. Um relacionamento aberto não significa desinvestir ou sacrificar o relacionamento. Trata-se de acrescentar algo ao relacionamento existente."
Le Progres