Protetor solar: não misture com repelente de mosquitos na pele

Esta é a primeira vez que uma equipe científica examina o efeito combinado desses dois produtos, usados por milhões de pessoas durante o verão. O objetivo era reproduzir o mais fielmente possível as condições reais de exposição da pele humana a essas substâncias, levando em consideração o aumento da população do mosquito-tigre em muitas partes do mundo.

Para este estudo, os pesquisadores utilizaram biópsias de pele humana, coletadas e preservadas em condições ex vivo ideais. Essas amostras foram então expostas a raios ultravioleta artificiais e naturais — emitidos pelo sol — após a aplicação sucessiva de protetor solar e repelente de mosquitos, algumas das marcas mais vendidas na França.
A análise foi então realizada utilizando um software inovador desenvolvido por uma empresa parceira no estudo. Essa inteligência artificial, baseada em aprendizado profundo, permitiu examinar com grande precisão a reação das diferentes camadas da pele à radiação UV. Em particular, mediu marcadores de estresse celular, indicadores-chave de potenciais danos causados pelo sol.
Os resultados são claros: "A análise desses dados aponta para uma redução na proteção UV no caso de uma mistura de protetor solar e repelente de mosquitos", afirmou o CNRS em um comunicado à imprensa . Em outras palavras, a interação química entre certos componentes desses dois produtos pode reduzir sua eficácia, principalmente a do protetor solar.
Quanto aos chamados produtos "combinados", que alegam ter efeito repelente e protetor solar, os dados são "menos definitivos". Mais estudos são necessários para confirmar e expandir essas descobertas iniciais.
Como se proteger eficazmente?Para uma proteção eficaz, os pesquisadores recomendam não aplicar os dois produtos simultaneamente, nem misturá-los nas mãos antes de usar. É melhor aplicar o protetor solar primeiro, esperando que ele seja bem absorvido pela pele — pelo menos 15 a 20 minutos — antes de adicionar o repelente.