Giovanni Rubiano deixa a Supersalud com mais reclamações sobre EPS intervencionados: o saldo dos onze meses da Supersalud cessante mostra um aumento de 36%.

Em 6 de novembro de 2024, o Dr. Helver Giovanni Rubiano García assumiu a liderança da Superintendência Nacional de Saúde (Supersalud). Ele assumiu o cargo após a saída de Luis Carlos Leal, que, entre fevereiro e novembro de 2024, liderou uma série de intervenções sem precedentes nas principais Entidades de Promoção da Saúde (EPS) do país.
Rubiano assumiu o cargo quando a diretoria do sistema já estava marcada por decisões de alto impacto. Onze meses depois, em 14 de outubro de 2025, renunciou sem explicar publicamente seus motivos, deixando para trás uma situação complexa: nove EPSs sob intervenção e um aumento generalizado de reclamações de cidadãos.

Superintendente Nacional de Saúde, Helver Giovanni Rubiano García. Foto: Superintendência Nacional de Saúde
Quando Rubiano assumiu a Supersalud (Superintendência de Saúde), já havia oito EPSs sob intervenção administrativa. Cinco delas — Sanitas, Nueva EPS, SOS, Famisanar e Capresoca — foram intervencionadas durante o governo de Luis Carlos Leal, entre abril e outubro de 2024. As outras três — Emssanar, Savia Salud e Asmet Salud — já haviam sido intervencionadas anteriormente, durante o governo de Ulahy Beltrán, o primeiro superintendente do governo Petro, entre maio e junho de 2023.
Rubiano adicionou apenas uma nova intervenção: a Coosalud EPS, em 22 de novembro de 2024, apenas duas semanas após assumir o cargo. Com essa decisão, o número total de EPSs controladas pelo governo subiu para nove.
Ao contrário de seu antecessor, Rubiano não promoveu novas intervenções, mas concentrou sua administração na gestão das já existentes. Seu foco estava no ajuste das equipes de intervenção, uma estratégia que, no entanto, não produziu melhorias visíveis no serviço.

Rubiano fez alterações nos auditores da EPS. Foto: Arquivo Supersalud / EL TIEMPO
Durante esse período, outro revés para a administração de Rubiano foi a retirada da Sanitas do controle estatal. Em 8 de setembro de 2025, o grupo Keralty retomou o controle da EPS Sanitas, após o Tribunal Constitucional revogar a intervenção governamental de abril de 2024.
A decisão judicial reverteu uma das medidas adotadas durante o governo Luis Carlos Leal e estabeleceu um precedente em relação aos limites impostos pelo Supersalud às seguradoras privadas. Com essa reversão, o número de EPSs sob controle estatal caiu novamente de nove para oito.
Rotações constantes: mudanças de auditores Durante sua gestão, Rubiano alterou repetidamente as equipes responsáveis pelos EPS intervencionados. Em 26 de junho de 2025, a Superintendência de Saúde (SUPH) confirmou novos intervenientes para Famisanar, Coosalud e Asmet Salud. Um mês e meio depois, em 19 de agosto, ele alternou novamente os cargos em Nueva EPS, Coosalud e SOS.
O caso mais óbvio foi o da Nueva EPS, a seguradora com mais associados e também a mais controversa: em novembro de 2024, o primeiro interveniente, Julio Rincón, foi substituído por Bernardo Camacho. Em agosto de 2025, Camacho foi substituído por Gloria Polanía Aguillón, a terceira pessoa em menos de um ano.
Essas rotatividades refletem, segundo especialistas, uma abordagem de gestão mais focada na rotatividade administrativa do que na consolidação de estratégias de melhoria sustentada.

Rubiano questionou repetidamente as EPS, várias das quais estão sob o controle da Supersalud (Superintendência de Saúde). Foto: Supersalud
De qualquer forma, as medidas de Rubiano tiveram pouco efeito. Dados do Relatório de Petições, Queixas, Reclamações e Relatórios (PQRD) mostram que, durante a gestão do ex-superintendente, as reclamações aumentaram em quase todos os EPS intervencionados.
Comparando o primeiro semestre de 2024 — quando as intervenções estavam sob a direção de Leal — com o primeiro semestre de 2025 — agora sob a liderança de Rubiano — a deterioração é clara. Durante o primeiro semestre de 2025, as reclamações dos usuários aumentaram em quase todos os EPSs sob intervenção.
Na Sanitas, por exemplo, as reclamações aumentaram de 99.047 para 128.532, um aumento de quase 30.000 solicitações adicionais em comparação ao mesmo período em 2024. No Western Health Service (SOS), as reclamações aumentaram de 16.616 para 21.145, enquanto a Famisanar registrou um salto ainda maior: de 53.703 para 75.393, ou mais de 21.000 reclamações adicionais.

Um dos contratempos de Rubiano foi a retomada da Sanitas por Keralty, que havia sido assumida por Leal. Foto: Mauricio Dueñas / EFE
Em outras entidades, a tendência foi mais estável, embora sem melhorias significativas. Emssanar diminuiu ligeiramente a diferença, passando de 20.890 para 21.259 reclamações, enquanto Savia Salud aumentou de 30.752 para 32.302. Capresoca, por sua vez, permaneceu praticamente inalterada, com 2.986 reclamações, em comparação com 2.938 no ano anterior.
O único EPS que apresentou ligeira queda foi o Asmet Salud, que passou de 15.594 para 14.666 reclamações, uma redução de menos de 1.000 casos. Em contraste, o Coosalud, o único EPS intervindo durante o governo Rubiano, passou de 35.522 para 42.207 reclamações, um aumento de quase 7.000 reclamações após sua intervenção.
Mas o caso mais crítico foi o da Nueva EPS, a seguradora com maior número de associados no país, com mais de 11,7 milhões de usuários, e uma das mais criticadas durante sua gestão. Em apenas um ano, suas reclamações cresceram de 153.385 para 244.416, um aumento de mais de 91.000 reclamações. Essa entidade, que também teve três intervenientes diferentes durante o mandato de Rubiano, foi responsável por quase metade de todas as reclamações registradas entre as EPSs sob controle estatal.
No total, os nove EPS intervencionados aumentaram o número de reclamações de 428.447 no primeiro semestre de 2024 para 583.906 no mesmo período de 2025, representando um aumento de 36%. Os números mostram que, apesar das mudanças administrativas e da presença da Supersalud (Superintendência de Saúde), os problemas de acesso, pontualidade e qualidade do atendimento não diminuíram; pelo contrário, pioraram.
A Nueva EPS, intervencionada por Leal e administrada por três administradores diferentes durante a era Rubiano, é responsável por quase metade das reclamações.

A Nueva EPS é a maior seguradora do país, com 11,7 milhões de associados. Foto: MAURICIO MORENO
Os números mostram que as intervenções não se traduziram em melhorias para os usuários. As medidas buscavam estabilizar os EPSs e garantir a continuidade do atendimento, mas o aumento sustentado das reclamações indica que os problemas persistem.
Durante a gestão Rubiano, não houve novas intervenções, mas houve um controle mais direto sobre as já existentes. No entanto, indicadores de serviço e reclamações demonstram que as mudanças administrativas não conseguiram reverter a tendência negativa.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo