A escassez de medicamentos contra o câncer piora

A escassez de medicamentos contra o câncer piorou em Jalisco em 2025. Até agora neste ano, o governo federal forneceu apenas 13% das receitas de medicamentos contra o câncer que é obrigado a entregar ao estado, revelou o chefe do Ministério da Saúde de Jalisco (SSJ), Héctor Raúl Pérez Gómez.
"O número de códigos e o percentual de fornecimento de medicamentos da Federação não foram regularizados. Os medicamentos que o estado recebe são medicamentos contra o câncer, tanto para crianças quanto para adultos", disse ele em entrevista.
Lidia Martínez, uma paciente com câncer de cólon de Tuxpan, Jalisco, disse que nunca teve problemas para receber seus tratamentos até este ano, quando pela primeira vez teve que buscar apoio externo para acessar seus medicamentos.
"No momento, não temos nenhum medicamento. É a segunda vez que não faço quimioterapia. Nunca tive dificuldades antes; esta é a primeira vez que estou tendo. Às vezes, viemos aqui sem motivo", lamentou.
Em 9 de junho, este veículo documentou a escassez de medicamentos como Anastrozol, Exemestano, Letrozol, Capecitabina, Oxaliplatina e Temozolamida, essenciais para vários tipos de câncer.
Apesar do compromisso da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, de regularizar o fornecimento de medicamentos durante julho, essa meta ainda não foi cumprida. "Aos poucos, eles estão chegando... em julho, esperamos que todo o fornecimento de medicamentos seja normalizado", afirmou ela durante uma de suas coletivas de imprensa matinais. No entanto, a poucos dias do final do mês, o fornecimento continua irregular.
A organização civil Nariz Vermelho precisou intervir para atender às necessidades urgentes dos pacientes. Seu fundador, Alejandro Barbosa, alertou que suspender o tratamento do câncer por apenas uma semana pode comprometer o protocolo médico e reduzir significativamente as chances de recuperação.
"Todos foram afetados por um medicamento ou outro. Tiveram que alugar equipamentos, comprar suprimentos médicos ou buscar ajuda externa. Todos tiveram alguma despesa extra", explicou.
Barbosa exigiu que o Governo Federal cumprisse sua responsabilidade de fornecer os medicamentos e instou o governo de Jalisco a ter um plano B em caso de descumprimento. "Se eles não chegaram do Governo Federal, o que vamos fazer?", perguntou.
Diante dessa situação, o governo estadual destinou 200 milhões de pesos como ajuda emergencial para a compra de medicamentos contra o câncer e apoio a organizações da sociedade civil na distribuição. Se o problema persistir, não está descartado um aumento no investimento.
Por sua vez, o Subsecretário de Integração e Desenvolvimento em Saúde do Governo Federal, Eduardo Clark, confirmou em 15 de julho que 96% dos suprimentos médicos e 98% dos medicamentos oncológicos necessários para o sistema público de saúde nos próximos dois anos já haviam sido adquiridos. No entanto, em Jalisco, a situação continua sem solução.

Pacientes com câncer tratados em hospitais públicos de Jalisco estão enfrentando novamente a escassez de medicamentos oncológicos, uma situação que coloca em risco seus tratamentos e cria incerteza para eles e suas famílias.
O secretário de Saúde de Jalisco, Héctor Raúl Pérez Gómez, reconheceu que esse problema afeta atualmente cerca de 1.200 pacientes atendidos em instituições estatais, como o Instituto de Câncer de Jalisco e o Hospital Civil de Guadalajara.
Uma das afetadas é Lidia Martínez, moradora de Tuxpan, Jalisco, que sofre de câncer de cólon. Embora anteriormente tivesse acesso regular aos seus tratamentos, nas últimas semanas ela teve que depender de doações para continuar seu tratamento.
"No momento, não temos nenhum medicamento. É a segunda vez que não faço quimioterapia. Estou fazendo isso há três anos. Nunca tive uma batalha antes, esta é a primeira vez que estou tendo uma batalha, e não há medicação", ele compartilhou em uma entrevista.
Frustrada, Lidia contou que às vezes viaja para Guadalajara em busca de tratamento e retorna sem atendimento por falta de suprimentos. "Viemos aqui sem motivo. Viemos ver se eles poderiam nos ajudar com medicamentos", disse ela.
Karina Zaragoza, paciente do Instituto do Câncer, está em situação semelhante. Ela também sofreu as consequências da escassez. No seu caso, teve que procurar medicamentos por conta própria, com o consequente impacto financeiro.
“É muito difícil porque a medicação é cara. Vim buscar apoio porque preciso de quimioterapia, e a medicação é muito cara. Não posso comprar agora e não consigo encontrar no hospital. Há mais de um ano, a medicação de controle oncológico também não está disponível no hospital”, disse ela, em lágrimas.
Ambos os pacientes conseguiram acesso aos medicamentos graças ao apoio da organização civil Red Nose, que trabalha há anos com pacientes com câncer para cobrir tratamentos, medicamentos e outros suprimentos médicos.
Alejandro Barbosa, fundador da Nariz Roja AC, afirmou que a escassez é generalizada no estado e afeta praticamente todos os pacientes com câncer tratados em hospitais públicos.
"Todos foram afetados por um medicamento ou outro, porque tiveram que alugar equipamentos para certos tratamentos, comprar suprimentos médicos e todos tiveram que incorrer em alguma despesa", disse ele.
Barbosa alertou que, quando um paciente interrompe o tratamento, mesmo que por poucos dias, o sucesso do protocolo médico fica comprometido. "Se uma pessoa para de tomar a medicação por uma semana, ela compromete o protocolo de atendimento e o sucesso do tratamento", observou.
Organizações como a Nariz Roja continuam a oferecer apoio, mas exigem que as autoridades apresentem uma solução estrutural que garanta o fornecimento permanente de medicamentos oncológicos em Jalisco e em todo o país. A falta de medicamentos não representa apenas um fardo econômico para as famílias, mas também um risco de vida para aqueles que dependem deles diariamente.
A VOZ DO ESPECIALISTA
Eles pedem um plano B em caso de escassez.Alejandro Barbosa, fundador da organização Red Nose AC.
O ativista Alejandro Barbosa afirmou que todos os pacientes com câncer que recebem atendimento em instituições públicas em Jalisco foram afetados pela escassez nacional de medicamentos contra o câncer, que já dura anos.
Primeiro, exige que o Governo Federal complete o fornecimento de medicamentos e cumpra a promessa feita em julho de que haveria fornecimento de medicamentos, uma proposta feita pela presidente Claudia Sheinbaum e pelo Ministério da Saúde.
Enquanto isso, o governo de Jalisco deve ter um plano B caso a Federação não regulamente a entrega de medicamentos contra câncer aos pacientes em Jalisco.
Embora o Governo Federal não tenha cumprido, precisamos buscar outras ferramentas. Se elas não vieram do Governo Federal, o que vamos fazer? Antes, tínhamos um Plano B; hoje, não temos um Plano B.
Por isso, ele pediu maior trabalho em equipe e comunicação para entender as necessidades dos hospitais e pacientes.
Entre os pedidos está a realização de um censo estadual e federal atualizado de pacientes com câncer:
Foi realizado um levantamento sobre o número de pessoas com câncer. Não sabemos o número atual, e é um problema sério porque estamos no escuro, e o que não é medido não pode ser avaliado. O que o Governo Federal fez? Prometeu um censo de pacientes com câncer em todo o país, e até agora, ele nem sequer foi realizado.
Ele lembrou que o problema começou após o desaparecimento do Seguro Popular e a falta de pagamento aos fornecedores de medicamentos. Afirmou ainda que o sistema de saúde precisa ser reconstruído, considerando que "ele não existe, não há estrutura básica".
Barbosa pediu ao governo de Jalisco que torne transparente o número de chaves que eles devem receber do governo federal para determinar quais pertencem ao estado e quais à federação.

FUNDO
Aquisição deste ano adiadaO Governo Federal anunciou diversas estratégias para a aquisição de medicamentos no país, incluindo medicamentos contra o câncer.
Desde o final de outubro, um novo sistema de aquisição consolidada de medicamentos e suprimentos médicos do setor foi introduzido para garantir uma gestão eficiente de custos.
Posteriormente, a empresa Laboratorio de Biológicos y Reactivos de México SA de CV (Birmex) anunciou uma licitação, mas adiou a emissão da decisão sobre a compra de medicamentos até 13 de janeiro. O Ministério da Saúde federal garantiu que o fornecimento de medicamentos para 2025-2026 seria garantido e que as entregas começariam em março.
Posteriormente, foram identificados possíveis indícios de corrupção na compra consolidada de medicamentos para 2025-2026, quando foram concedidos 175 códigos de medicamentos a um superfaturamento de quase 13 bilhões de pesos.
Em seguida, a presidente mexicana Claudia Sheinbaum anunciou em abril passado a compra emergencial de medicamentos para distribuição aos hospitais do IMSS-Bienestar devido aos atrasos na entrega causados por preços exorbitantes na Birmex. Ela chegou a afirmar que o problema seria resolvido até o final de maio, mas o problema persistiu.
A presidente federal prometeu então que o fornecimento de medicamentos, especialmente os contra o câncer, seria regularizado em todo o país até julho. "Aos poucos, eles estão chegando... até julho, esperamos que todo o fornecimento de medicamentos esteja normalizado", disse ela durante uma de suas coletivas de imprensa matinais.
Devido ao problema, o governo estadual investiu 200 milhões de pesos na compra emergencial de medicamentos oncológicos, além de apoiar organizações da sociedade civil na aquisição de medicamentos e insumos. Caso o problema persista, não descartam investir mais na compra de medicamentos.
Eduardo Clark, Subsecretário de Integração e Desenvolvimento em Saúde do Governo Federal, informou na coletiva de imprensa matinal de 15 de julho que 96% dos insumos necessários para o sistema público de saúde foram adquiridos, além de 98% dos medicamentos oncológicos necessários para os próximos dois anos. Portanto, ele garante o fornecimento a partir da última semana de julho.
Escassez coloca tratamentos e vidas em risco em Jalisco- A interrupção do fornecimento de medicamentos contra o câncer pode ter consequências graves para os pacientes, como progressão do câncer, recidiva ou perda da eficácia do tratamento.
- Segundo a Red Nose, interromper a medicação por apenas uma semana pode interromper completamente o protocolo médico. Isso não só diminui as chances de recuperação, como também aumenta o sofrimento físico e emocional.
- Além disso, obriga muitos a buscar alternativas caras ou suspender seus cuidados médicos. A falta de continuidade do tratamento coloca vidas em risco.
- Compromete a eficácia dos tratamentos, expõe as pessoas a recaídas e aumenta o risco de mortalidade. Mesmo uma semana sem terapia pode afetar o protocolo médico.
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