Ministério da Justiça regulamenta possibilidade de recebimento de serviços médicos remunerados por presos

O Ministério da Justiça propõe alterar sua Portaria nº 285, de 28 de dezembro de 2017. Os ajustes, conforme consta na nota explicativa, visam aprimorar e humanizar o Sistema Único de Saúde (PIS).
De acordo com o projeto, pessoas detidas ou cumprindo pena de prisão poderão receber consultas médicas mediante pagamento, tanto diretamente nas instituições penais quanto nas dependências de organizações médicas civis, mediante acordo com os médicos e a administração do centro de detenção preventiva. A assistência a essas pessoas nas clínicas penais é garantida pelo programa de garantias estaduais e, em certos casos, na impossibilidade de prestação de serviços médicos nessas instituições, a assistência em outras instituições é custeada pelos subsídios correspondentes do orçamento federal para o FSIN. Propõe-se a inclusão deste ponto na ordem.
“Se os serviços médicos prestados não forem contemplados pelo programa de garantias estatais para o fornecimento gratuito de assistência médica aos cidadãos, pessoas sob custódia ou condenadas podem receber serviços médicos e preventivos adicionais em organizações médicas, que são pagos com seus próprios fundos”, afirma o apêndice do projeto.
Serviços adicionais podem ser prestados tanto nas organizações médicas do sistema penal quanto em clínicas civis, mediante acordo com a administração do centro de detenção preventiva. Para receber serviços médicos e preventivos adicionais, o preso deve entrar em contato com o chefe do sistema penal e apresentar um requerimento. Um modelo de documento já foi elaborado e apresentado pelo Ministério da Justiça no respectivo projeto de portaria.
A decisão de deferimento do pedido deve ser tomada pelo chefe da organização médica no prazo de um dia útil, com base na análise dos prontuários médicos e dos resultados do exame médico, bem como na existência de indícios. O chefe da instituição penal deve analisar o pedido no prazo de três dias úteis a partir da data de apresentação, e também determinar a data e a hora da chegada do médico ou da entrega do recluso à organização médica. Todos os serviços adicionais constam do prontuário médico do paciente.
O projeto introduz disposições que regulam a implementação do direito do preso de receber livremente informações sobre sua saúde e de se familiarizar com a documentação médica em questão. Para isso, é necessário enviar uma declaração oral ou escrita ao chefe da instituição penal.
A discussão pública do projeto de ordem durará até 8 de julho de 2025.
Em dezembro de 2024, Alexey Melnikov, membro do Conselho de Direitos Humanos da Presidência da Federação Russa e secretário executivo do Comitê de Direitos Humanos de Moscou, relatou o desequilíbrio salarial entre pessoal médico certificado e especialistas civis nas instituições do Serviço Penitenciário Federal, bem como a escassez de pessoal qualificado. Ele apelou a Vladimir Putin com um pedido para que instruísse os departamentos "a prestar assistência e resolver a diferença injusta de salários entre especialistas médicos uniformizados e, consequentemente, civis". Melnikov explicou que, às vezes, a diferença salarial entre especialistas civis da mesma categoria pode variar de uma vez e meia a três vezes.
vademec