A principal causa de dificuldade para engolir afeta 55.000 pessoas na Espanha.

A esofagite eosinofílica (EoE) é a principal causa de dificuldade para engolir, especialmente em crianças e jovens, e estima-se que afete uma em cada 500 pessoas na Andaluzia e na Espanha, de acordo com os últimos estudos apresentados no 5º Congresso Nacional sobre esta doença emergente, realizado em Sevilha.
O congresso contou com a presença de mais de 1.800 pessoas, entre pacientes e médicos (cerca de 300 presenciais e os demais online), que conheceram os avanços no tratamento desta condição, que já afeta mais de 55.000 pacientes na Espanha e é subdiagnosticada, portanto, espera-se que esse número continue crescendo.
Organizado pela Associação Espanhola de Esofagite Eosinofílica (Aedeseo), o Consórcio Europeu para Doenças Eosinofílicas Gastrointestinais (Eureos) e o Hospital Universitário Virgen Macarena, é o principal encontro científico sobre EoE.
Esta doença é considerada "emergente" e deixou de ser classificada como "rara" devido ao aumento de casos. De origem autoimune, é causada por uma alergia alimentar que inflama o esôfago, órgão essencial para comer, beber e falar. Sua deterioração faz com que ele perca sua função e se torne cada vez mais estreito, dificultando a passagem dos alimentos.
"O grande problema dessa doença é que ela leva até dez anos para ser diagnosticada e pode ser confundida com outras enfermidades ou até mesmo com estresse", explicou Federico Argüelles, especialista digestivo do Hospital Virgen Macarena, em Sevilha.
A eoE, que pode ocorrer até mesmo em bebês, atinge o pico por volta dos dois anos de idade, especialmente na adolescência. Há também outro período notável na faixa dos quarenta anos, que frequentemente ocorre junto com outras alergias.
Para compensar a disfagia, crianças e adultos costumam mastigar muito, cortar os alimentos em pedaços bem pequenos e beber água para engolir, um processo que pode levar horas.
É frequentemente detectada quando a deterioração do esôfago é tão grave que ele começa a impedir a alimentação e um pedaço de comida fica preso (impactação alimentar).
Nos casos mais graves, o esôfago precisa ser dilatado. Em adultos, além da disfagia, outros sintomas incluem queimação esofágica e impactação alimentar (engasgo), que é comum.
Durante o congresso, foram discutidas inovações terapêuticas introduzidas nos últimos anos, como comprimidos orodispersíveis de budesonida e tratamentos biológicos que podem abordar os casos mais graves. Também foram discutidos avanços em novos testes diagnósticos não invasivos para substituir a endoscopia por biópsia, que até então era a única forma de diagnosticar e monitorar a progressão da doença.
Por sua vez, a presidente da Aedeseo, Zoraida Gómez, destacou o "impacto emocional e psicológico da doença, já que quem a sofre tende a se isolar socialmente devido à disfagia".
Nesse sentido, foram apresentadas experiências pioneiras com modelos de atenção integral e multidisciplinar dentro do sistema de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e fortalecer a coordenação entre os especialistas.
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