Primeiro-ministro espanhol critica 'situação catastrófica de genocídio' em Gaza

Os comentários representam a condenação mais forte até o momento do líder socialista, um crítico ferrenho da ofensiva israelense em Gaza desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 2023.

Falando a repórteres antes de uma cúpula da UE em Bruxelas, Sánchez mencionou um relatório recente sobre direitos humanos do serviço diplomático do bloco que, segundo ele, abordou "a situação catastrófica do genocídio que está ocorrendo em Gaza".

O relatório publicado na semana passada encontrou "indícios" de que Israel estava violando suas obrigações de direitos humanos sob o acordo, que forma a base para os laços comerciais.

O texto citou o bloqueio de Israel à ajuda humanitária para o território palestino, o alto número de vítimas civis, ataques a jornalistas e o deslocamento e a destruição em massa causados ​​pela guerra.

Sánchez disse que era "mais do que óbvio" que Israel estava violando suas obrigações e que o bloco deveria suspender o acordo de cooperação "imediatamente".

"Não faz sentido" que o bloco tenha imposto 18 rodadas de sanções à Rússia por sua invasão da Ucrânia, mas, "em um padrão duplo, não seja capaz nem mesmo de suspender um acordo de associação", acrescentou.

Suspender completamente o acordo UE-Israel exigiria unanimidade entre os estados-membros, algo que os diplomatas veem como virtualmente impossível devido às divisões dentro do bloco.

A guerra de Gaza começou depois que o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Militantes palestinos também capturaram 251 reféns, com 49 ainda mantidos em Gaza, incluindo 27 que, segundo o exército israelense, estão mortos.

A campanha militar de retaliação de Israel matou pelo menos 56.156 pessoas em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas. As Nações Unidas consideram seus números confiáveis.